agosto 16, 2006

Historiador detido por roubar livros

"a história não se repete, apenas é copiada e roubada ..."

portugal diário 2006/08/16 | 18:33 || Cláudia Lima da Costa

Um investigador licenciado em História foi preso pela Polícia Judiciária por ser o principal suspeito de um roubo digno de entrar para os livros.


Um investigador, licenciado em História, foi preso pela Polícia Judiciária (PJ) por ser o principal suspeito de um roubo digno de entrar para «os livros». O objecto de desejo do homem, de 35 anos, eram as obras literárias pertencentes ao homem para quem trabalhava. E, para ficar com elas, não se coibiu de deitar fogo a uma casa.

António (nome fictício) preparou bem o crime. Os livros roubados valem, no mercado negro, perto de 500 mil euros. Um motivo suficiente para, no início do ano, ter procurado emprego como assistente junto de um alfarrabista, proprietário das obras que foram furtadas e, mais tarde, recuperadas.

Os livros em causa são muito antigos e, segundo a PJ, entre os mais de 50 exemplares furtados, estão os valiosos e muito procurados «Incunábulos» do Século XV.

Depois de meses a estudar a melhor forma de praticar o roubo, António decidiu «fazer desaparecer» os livros no princípio de Julho. Para ocultar o crime que estava a cometer acabou por deitar fogo à casa onde trabalhava, num bairro antigo de Lisboa.

O fogo deflagrou com facilidade e queimou outras obras de elevado valor. Segundo a PJ os prejuízos rondam os 25 mil euros. Os vizinhos e as suas casas também ficaram em perigo, mas os bombeiros chegaram a tempo e salvaram os bens.

O ladrão fugiu. Mas não por muito tempo. A PJ começou a investigar e, alguns dias depois, recuperou parte dos livros, que já estavam à venda. Daí até chegar ao historiador foi um passo. Nas mãos de António foram encontrados os outros livros que faltavam.

António não tem antecedentes criminais. Talvez por isso, e apesar do furto astuto, o juiz não o tenha prendido, podendo aguardar o processo em liberdade.


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